Emanuelle Chagas da Silva é licenciada em Letras Vernáculas e Língua Estrangeira Moderna: Inglês pela Universidade Federal da Bahia (2013) e estudante da graduação em Letras Vernáculas e Língua Estrangeira Moderna: Francês desde 2013.2. Bolsista do PIBIC no projeto de pesquisa Entre Fronteiras e Casas: a poética e a política do corpo, entre o período de 2009.2 a 2012.1 e, no projeto de pesquisa Entre Fronteiras e Arquivos: a poética e a política do corpo desde 2012.2 ambos sob a orientação da Profª. Drª. Cássia Dolores Costa Lopes.
PESQUISA (2014-2015)
Este projeto
destina-se à reflexão crítica sobre o corpo na peça teatral Les Bonnes (1947)
do dramaturgo francês Jean Genet, considerando as problemáticas de eixo social,
político e estético que são trazidas por esse escritor para o campo da
dramaturgia. Les Bonnes é uma das mais célebres obras dramáticas do referido
escritor, especialmente por sua atualidade temática e pelas problematizações de
cunho social, político e estético apresentados. Artista múltiplo quanto às suas
atividades, Genet mostra-se um pensador crítico no campo das
artes, atento sempre às tensões produzidas pelas práticas discursivas e
operações de poder formatadas historicamente no tecido social que compõe a
modernidade na França, mas também, além de suas fronteiras. Dessa maneira, será
feita uma análise e problematização, a partir do referido texto dramático,
sobre como Jean Genet elabora uma poética e política e como esses elementos se
configuram como contribuições ao estudos sobre o corpo.
PESQUISA (2013-2014)
Este projeto destina-se à reflexão crítica sobre o corpo no horizonte da filmografia do cineasta espanhol Pedro Almodóvar. O recorte do corpus considera cinco filmes produzidos na década dos anos de 1980, época de grande efervescência criativa do cineasta, especificamente os filmes: Pepi, Luci, Bom e Otras Garotas da turma, Labirinto de paixões, O que eu fiz para merecer isto?, A lei do desejo e Mulheres à beira de um ataque de nervos. O diretor espanhol mostra-se, na sua arte, um pensador crítico do corpo e apresenta ferramentas teóricas para a leitura do corpo no palco contemporâneo das artes no Ocidente e, mais detidamente, na Espanha, sensível às mudanças significativas vividas neste país e as tensões produzidas pelas práticas discursivas e operações de poder vigentes durantes quatro décadas de ferrenha ditadura. Será analisado de que forma o diretor elabora um pensamento político sobre o corpo e como o uso da linguagem cinematográfica delineia uma valorização da corporeidade.
PESQUISA (2011-2012) - O CORPO ASCÉTICO: perspectivas críticas, políticas e estéticas
Com uma perspectiva interdisciplinar, esta pesquisa destina-se à reflexão teórica sobre o corpo, tendo em vista a crítica aos mecanismos, valores e práticas discursivas que modulam a moral ascética. Assim, elege-se como recorte temático a crítica ao ascetismo feita pelo cineasta Pedro Almodóvar, considerando as questões relativas à corporeidade que são trazidas na obra cinematográfica do diretor espanhol. A atenção
conferida ao corpo na obra de Almodóvar visualiza-se na seleção de vários elementos da linguagem cinematográfica (títulos, enquadramentos, metáforas, temáticas, estéticas etc) e sua problematização dos discursos normatizantes sobre o corpo é um traço marcante ao longo de sua vasta filmografia. Assim, esta pesquisa visa analisar de que forma o cineasta espanhol, enquanto um pensador do corpo, faz uma crítica à moral de cunho ascético.
PESQUISA (2010 - 2011) - CORPO NAS ARTES: a impossibilidade de santificação
O trabalho destina-se à reflexão teórico-crítica sobre o corpo e as práticas discursivas de santificação, promovidas pela moral ascética e cristã. Como foco de análise é eleito o filme franco-suíço Je vous salue, Marie (Ave, Maria), do diretor francês Jean-Luc Godard, ao considerar a problemática recepção desta obra, que foi censurada no Brasil. Assim, serão avaliadas as contribuições dessa produção fílmica ao pensamento sobre o corpo, pois, ao trazer uma releitura da figura mariana, evidencia os mecanismos utilizados pelo próprio corpo para subverter o controle e o recalcamento que lhe é imposto pelas disciplinas corporais de cunho ascético e as imagens de santificação.
PESQUISA (2009-2010) - AS DONAS DA CASA: um estudo em Adélia Prado e Myriam Fraga
Esta pesquisa destina-se a reflexão crítica acerca da metáfora da casa enquanto local de inserção de corpos, local da poesia e da prosa, também de acontecimentos e que as escritoras Adélia Prado e Myriam Fraga retomam como elemento de sua poética. Nos textos de Adélia Prado há o olhar feminino sobre a vida cotidiana na casa. São quintais, salas, paredes, tetos, quartos e jardins que comunicam e, em Myriam Fraga, a casa também é retomada em seu signo e até um palácio. A casa será pensada enquanto abrigo, lugar que o sujeito escolhe para viver e construir histórias, lugar que guarda lembranças, espaço físico e extensão dos sujeitos que ali se inserem, não será esquecido deste estudo o fato de que a casa também pode ser um local de aprisionamento, de hierarquias, de repressão e opressão, e não se pode deixar fora da futura reflexão quando os limites da casa são rompidos.
O estudo partirá das definições mais simples do termo casa para em seguida debruçar-se sobre teorias acerca da metáfora da casa e suas possíveis leituras nas poesias das escritoras em estudo.
Os textos literários serão, nesta pesquisa, pensados a partir de teorias que permitam o diálogo interdisciplinar, tendo sempre em vista que o espaço do texto literário é também um local onde se encenam muitos saberes, deslocamentos e vozes.
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